novembro 29, 2006

Um pedaço da Mata Atlântica na agitação da cidade

Posted in Entrada Franca, Floresta Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Turismo às 3:53 pm por popturismo

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   Uma excelente dica de passeio para quem quer entrar em contato com a natureza é a Floresta da Tijuca. Localizada no coração da cidade, fazendo fronteira com vários bairros cariocas, a Floresta é apenas uma das partes que compõe o Parque Nacional da Tijuca. Plantada a mando de D. Pedro II em 1861, após anos de desmatamento intenso e plantio de café, ela recebeu uma reconstituição da cobertura vegetal feita com espécies nativas, uma iniciativa pioneira em toda a América Latina.
   A maior floresta urbana do mundo, com cerca de 3.500 hectares, é um ponto turístico bastante visitado por turistas estrangeiros e brasileiros de modo geral. Porém, a falta de segurança afasta os visitantes cada vez mais. “Aqui é bem conhecido, famílias vem passar o dia. Recebemos muitos grupos escolares também. Só que nos últimos tempos as pessoas têm evitado um pouco mais vir por causa da violência”, afirma José Guerra, funcionário do local há 18 anos.
   Paula Becker, moradora do Alto da Boa Vista, concorda: “É uma lástima a situação da Floresta da Tijuca. Antigamente podíamos passear tranqüilos, mas há alguns anos que a situação anda crítica. Já houve até assassinato na Vista Chinesa”, diz, mostrando indignação.
   No século XX, Raymundo Ottoni de Castro Maya em parceria com o arquiteto Vladimir Alves de Souza e o paisagista Roberto Burle Marx recuperaram a floresta, cujas principais atrações são a Cascatinha, Capela Mayrink, Mirante Excelsior, o Barracão, Gruta Paulo e Virgínia, Lago das Fadas, Vista Chinesa e Açude da Solidão.
   Dentro da Floresta foram construídos restaurantes em antigas instalações de fazendas cafeeiras. A idéia de transformá-la em área de lazer foi do Barão Gastão d’Escragnolle, segundo administrador da floresta, com o auxílio do paisagista Augusto Glaziou.
   Atualmente há sete acessos principais em distintos pontos da floresta. Para Paula, apesar dos problemas, a visita ainda é válida: “O importante é curtir o visual e aproveitar a natureza, algo difícil em meio ao caos do Rio”

Endereço: Praça Afonso Viseu – Alto da Boa Vista
Tel: (21) 24925407

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Matéria: Laís Orsolon
Fotos: Divulgação

Santuário rodeado por favelas

Posted in Construções Históricas, Entrada Franca, Igreja, Rio de Janeiro, RJ, Turismo, Zona Norte às 12:35 am por popturismo

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   Seus 382 degraus são famosos entre os pagadores de promessas, que os sobem a pé ou de joelhos; sua localização é de destaque, no alto de um penhasco; suas redondezas são conhecidas pelas manchetes de jornais, o Complexo do Alemão. Tão famosa, visitada principalmente por fiéis, a Igreja de Nossa Senhora de Penha consegue mesclar beleza com simplicidade.
   A sua tão conhecida escadaria é relativamente fácil de ser vencida, pois os degraus são baixos, próprios para as pessoas os subirem de joelhos, levando-nos aos fundos da igreja. Entretanto, também há outra maneira de se chegar até ela: um bondinho, capaz de transportar cerca de 500 pessoas gratuitamente, faz todo o trajeto até o templo.
   Sua construção data de 1635, feita por ordem do Capitão Baltazar de Abreu Cardoso, antigo proprietário da terra na qual o penhasco se encontra. Dizem que ele ordenou a construção da igreja devido a um milagre ocorrido no local: quando uma cobra ia atacá-lo, ele orou para a Virgem Maria, e então, surgiu entre as pedras um lagarto. O animal atacou a cobra, dando tempo para Baltazar fugir. Agradecido, este mandou construir um santuário em homenagem a Nossa Senhora da Penha na parte mais alta de suas terras, para que pudesse ser visto de longe, relembrando o milagre.
   Seu interior é pequeno e simples, porém repleto de belos detalhes em talha. Do alto se vê duas das quinze favelas do Complexo do Alemão, sendo esta proximidade, de acordo com o fiel Antonio Carneiro, o motivo para que muitos não a visitem: “É muito perigoso o caminho até aqui. Tem muita favela por perto, pouca segurança e até alguns assaltos quando não está muito movimentado”. Como a maioria dos bairros do subúrbio carioca, na Penha não há rondas policias para garantir segurança ao morador e ao visitante. Devido a isso, muitos deixam de ver uma bela igreja construída em um lugar pitoresco, diferente de todas as outras da cidade.
   Com missas realizadas aos domingos, apresentações e shows religiosos, procissões e coral, além das famosas romarias, realizadas principalmente no mês de outubro, dedicadas à santa, esta é uma das mais famosas igrejas da cidade, localizada no bairro da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Endereço: Largo da Penha, 19 – Penha Circular
Tel: (21) 2290-0942
Fax: (21) 2560-2317
Email:
santuariodapenha@uol.com.br

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Matéria: Nathalia Bernardes
Fotos: Santuário da Penha e Claudio Lara (Flickr)

novembro 27, 2006

Beleza barroca no centro do Rio

Posted in Igreja, puc, Rio de Janeiro, RJ, São Francisco, Turismo às 3:18 am por popturismo

 

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Em meio à agitação do Largo da Carioca, esconde-se um dos mais belos tesouros do Rio de Janeiro: a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, localizada no alto do morro de Santo Antônio. Considerada a expressão máxima do barroco brasileiro, a igreja começou a ser construída em 1657 e só ficou pronta em 1772. Somente o processo de douração levou 30 anos.
Segundo dona Desirée, como gosta de ser chamada, coordenadora do local já há 10 anos, a igreja recebe vários turistas estrangeiros e de outras partes do Brasil, mas cariocas a visitam muito pouco. “Por ser uma igreja recuada, quem a vê pensa ser a continuação da do Convento de Santo Antônio. Eu botei uma placa na frente, com a ajuda do IPHAN, para melhorar a sinalização”, diz.
A construção luso-brasileira exibe o trabalho de três dos maiores artistas portugueses da época: Manuel de Brito, o mestre escultor Francisco Xavier de Brito e o pintor Caetano da Costa Coelho, responsável pela pintura da glorificação de São Francisco em perspectiva.
Atualmente não estão sendo celebradas missas, devido ao processo de restauração, um investimento da ordem de 3,5 milhões de reais feito pelo BNDES, através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. “Não há missas, pois o povo não sabe se comportar. Mas continuamos realizando casamentos”, explica Desirée. Na entrada é cobrada uma taxa de dois reais, destinada à manutenção da limpeza. “Como estamos sem a arrecadação das missas, tivemos de cobrar um ingresso para podermos manter o local limpo”, esclarece.
Todo o seu interior é revestido em talha de madeira recoberta com folhas de ouro, diferentemente das igrejas de Minas Gerais, revestidas por ouro em pó. As imagens de santos vieram todas de Portugal. Um dos seus destaques é o piso do altar-mor, em encaixe de mármore, repetidos nas pinturas dos painéis laterais. Em uma sala lateral, encontra-se um pequeno museu contendo alguns objetos usados na Procissão das Cinzas. Entre eles, a imagem de Cristo em papel marché, usada nas famosas procissões.
A igreja fica aberta para visitação de quarta à sexta, das 11 às 16 horas.

Endereço:Largo da Carioca, 5 – Centro
Tel/Fax: (21) 22620197

 

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Matéria: Laís Orsolon
Fotos: Nathalia Bernardes

Exuberância e simplicidade no Mosteiro de São Bento

Posted in Construções Históricas, Cultura, Entrada Franca, História, Mosteiro, Rio de Janeiro, RJ, São Bento, Turismo às 3:12 am por popturismo

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    Um interessante local para se visitar no Rio de Janeiro é o Mosteiro de São Bento. Fundado em 1590, vinte anos após a cidade de São Sebastião, por monges beneditinos vindos da Bahia, a pedido dos próprios habitantes, o mosteiro se localiza em um amplo pedaço de terra doado pelo fidalgo Manuel de Brito.
A partir de 1602, a igreja existente no local, antes batizada de Nossa Senhora da Conceição, passou a ser chamada Nossa Senhora de Montserrat, em homenagem à padroeira do mosteiro. É a terceira mais antiga abadia das Américas, em estilo colonial, considerada um dos mais belos conjuntos arquitetônicos do Brasil. Funcionam, ainda, dentro da abadia, o Colégio São Bento, as Edições Lumen Christi, a Faculdade de São Bento, a Casa de retiros de Emaús e a Obra Social São Bento.
Como ao mosteiro de fato os visitantes não têm acesso, há um mês a faculdade de turismo da UniverCidade elaborou um projeto de visita guiada a igreja, custando sete reais por pessoa. Estudantes e idosos pagam R$3,50. Segundo Bernard Alencar, estudante da faculdade e um dos monitores, os cariocas não visitam o local. “Aqui não é muito divulgado, embora um grande número de estrangeiros venham conhecer. A maioria dos brasileiros, entretanto, são de São Paulo e Rio Grande do Sul. Os cariocas quase não aparecem”, diz, ressaltando que, para o trabalho, os estudantes tiveram aulas de história da arte, inglês e espanhol.
Apesar da visita guiada, quem for conhecer não precisa pagar para ter acesso à igreja. “As pessoas podem entrar a qualquer momento, nosso projeto é apenas uma alternativa”, explica Bernard. Porém, as luzes ficam apagadas quando não se está na companhia dos guias.
Austeridade e classicismo ligados ao Maneirismo evidentes na sua rígida simetria, contraste entre o aspecto propositalmente singelo do exterior e a riqueza do interior, com talhas barrocas, são características da bela igreja. A maior procura é por batizados e casamentos, mas estes não estão sendo realizados devido à restauração financiada pelo BNDES e pela Petrobrás. As cerimônias mais importantes são as missas solenes aos domingos, a Missa do Galo no Natal e cerimônias da Semana Santa, sempre acompanhadas de cantos gregorianos.

Endereço: R. Dom Gerardo, 68 – Centro
Tel/Fax: (21) 22917122
Site: http://www.osb.org.br

E-mail: destevao@osb.org.br

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Matéria: Laís Orsolon
Fotos: Nathalia Bernardes

Um pedaço da França na antiga Praça do Comércio

Posted in CCBB, Construções Históricas, Cultura, Entrada Franca, fotos, História, Rio de Janeiro, RJ, Turismo às 12:34 am por popturismo

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   A bela Praça projetada por Grandjean de Montigny, encomendada por D. João VI em 1819, atualmente abriga a Fundação Casa França-Brasil. Sendo a primeira construção em estilo neoclássico do Rio de Janeiro, foi reconhecida e tombada pelo IPHAN (na época, D.P.H.A.N) como patrimônio artístico e cultural em 1938.
   Após um período de abandono, Darcy Ribeiro, antigo Secretário de Cultura do Estado, e Jack Lang, Ministro da Cultura, propuseram a restauração do local e a transformação deste em um centro cultural, com o intuito de intercambiar cultura entre Brasil e França. Em 1989, idealizou-se o projeto de utilização do espaço pelo museólogo francês Pierre Catel e em 29 de março de 1990, a Casa França-Brasil é aberta ao público, tornando-se um espaço de múltiplas atividades culturais.
   Mesmo havendo muitas exposições, eventos, mostras de filmes e ser bem divulgada, a Casa França-Brasil não é tão visitada. De acordo com Carlos Vieira, vigia local, quem mais a visita são estudantes e quem menos freqüenta as exposições são os moradores do subúrbio: “Os suburbanos não vêm muito aqui, a não ser quando tem alguns eventos especiais semelhantes ao Animamundi”. Como ir ao centro do Rio de Janeiro e aos bairros da Zona Sul carioca é muito demorado para os moradores do subúrbio, muitos preferem não deslocar-se. Com um transporte escasso e demorado em certas partes do Rio, além da pouca divulgação de atividades culturais nesses locais, muitas pessoas perdem a oportunidade de ver exposições muito interessantes devido à deficiência no transporte coletivo ou simplesmente pelo desconhecimento sobre eventos.
   As atuais exposições da Casa França-Brasil, Bamako e Aller/Retour//Paris/Rio, fazem parte do circuito de atividades culturais realizadas pelo Fórum Cultural Mundial (FCM) previstas para 2006. A primeira expõe fotografias africanas pertencentes a Bienal Africana de Fotografia, organizada e produzida pelos governos de Mali e da França. São 51 fotografias de Mark Lewis, da África do Sul; de Bukkie Opebiyi, da Nigéria; de Jean Luc de Laguarigue, da Marticica; de Mohamed Yahia Issa, do Sudão; e de Mamadou Konaté, de Mali.
   A segunda exposição, Aller//Retour, é o resultado de um projeto na Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha (COOPA-ROCA), desenvolvido com a seleção de cinco jovens franceses de design e moda que lá trabalharam por dois meses, produzindo, então, objetos de decoração e acessórios de moda. Estes foram criados por Jeanne Goutelle, Margot Allard Poesi, Sam Baron, Aurélie Mathigot e Benoît Missolin e apresentados ano passado no Ateliers de Paris, de 08 de novembro à 28 de dezembro, como parte das comemorações do “Ano do Brasil na França”. O período da exposição na Casa França-Brasil é de 14 de novembro a 10 de dezembro de 2006, de terça a domingo, de meio-dia às oito da noite, com entrada franca.

Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro – CEP 20010 060
Tel/Fax: 2253 5366
Site:
www.fcfb.rj.gov.br
E-mail: fcfb@sec.rj.gov.br

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Matéria: Nathalia Bernardes
Fotos: Nathalia Bernardes

 

novembro 25, 2006

História, literatura e arte

Posted in Construções Históricas, Cultura, Entrada Franca, História, puc, Rio de Janeiro, RJ, Turismo às 10:39 pm por popturismo

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   Freqüentemente confundido com uma Igreja pelos transeuntes da rua Luís de Camões, O Real Gabinete Português de Leitura possui a maior acervo de obras portuguesas fora de Portugal. Com cerca de 350.000 livros e inteiramente informatizado, seus maiores visitantes são turistas nacionais e estrangeiros, além de estudantes universitários, pois localiza-se próximo ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
   Além de uma valiosa biblioteca, abrigando obras raras, manuscritos, cartas e primeiras edições, há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Dentre as suas obras raras, encontra-se: um exemplar da edição “princeps” de “Os Lusíadas”, de 1572; as “Ordenações de D. Manuel”, por Jacob Cromberger, editadas em 1521; os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram”, editados em 1539; “Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez”, de 1540.
   O traço neomanuelino da construção, de autoria do arquiteto português Raphael da Silva e Castro, também é um bom motivo para visitar o Real Gabinete. Com uma fachada exuberante e um interior espetacular, é um prazer passar uma tarde lendo obras portuguesas com total conforto e tranqüilidade em pleno centro do Rio de Janeiro. Pode-se, nos intervalos da leitura, olhar maravilhado ao redor e fazer uma viagem à época na qual o Real Gabinete Português era freqüentado por Machado de Assis, durante sessões da Academia Brasileira de Letras realizadas no local, pelo escritor Ramalho Ortigão, Joaquim Nabuco e, ainda, pela Princesa Isabel, que presenciou a inauguração.
   Atualmente, entre os eventos que lá ocorrem, há colóquios, cursos, conferências, palestras e congressos. O último evento ocorrido foi o colóquio “A lusofonia e o livro nas relações culturais luso-brasileiras”, com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, realizado nos dias 20 e 21 de novembro. Participaram dele professores brasileiros e portugueses abordando o tema do livro português no Brasil.
   Com tantos atrativos e oportunidades de adquirir mais conhecimento, o Real Gabinete é uma relíquia portuguesa no meio da agitação do centro da cidade.

Endereço: Rua Luís de Camões, 30 – Centro – CEP 20051 020
Tel.: (21) 2221 3138 / 2221 2960
Site:
www.realgabinete.com.br
E-mail: realgabinete@uol.com.br

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Matéria: Nathalia Bernardes
Fotos: Nathalia Bernardes

 

novembro 20, 2006

A cor da boêmia carioca

Posted in Rio de Janeiro, RJ às 2:36 pm por popturismo

   Centro da Cidade, praça Floriano, mais conhecida como Cinelândia, entre prédios, como o Theatro Municipal, o Cine Odeon, a Biblioteca Nacional e o Museu de Arte Moderna, festas populares, e bares, uma parte da história do Rio de Janeiro se passa ali. Um espaço cosmopolita de manifestações políticas e culturais, e palco da boêmia carioca, simbolizado pelo Amarelinho.
   Situado desde de 1921, o Amarelinho e o seu irmão Vermelhinho, desde 1958, se confunde com a história da Cinelândia. Famoso pelo chope gelado quem não conhece o bar e só olhar para o único prédio Amarelo da Cinelândia, sua pintura é inconfundível, senão for para beber um chope serve como ponto de encontro.
   O bar, reduto da boêmia carioca, é democrático, recebe pessoas de todos os tipos, personalidades, artistas, políticos, juizes, turistas, gente comum de todos os lugares. Segundo França, gerente do bar há 15 anos, gerações de famílias freqüentam o bar.
   França conta que muitas decisões importantes foram tomadas ali nas mesas do bar, entre um chope e outro. Como o planejamento do Pão de Açúcar, registrado em um livro, sobre o ponto turístico. Ele afirma a importância do lugar para a história do Rio de Janeiro, e reclama da falta de segurança na praça. Moradores de ruas fazem pequenos furtos, espantando os freqüentadores. Como medida para a insegurança o bar, contratou seus próprios seguranças. Diz ainda que lamenta a sede do Cordão do Bola Preta, um patrimônio do Rio está sendo leiloada.
   – É a falta de interesse do governo na Cinelândia.
   O Amarelinho foi tombado pelo patrimônio histórico do Rio de Janeiro, é considerado um símbolo da boêmia carioca. Seu chope gelado, os petiscos e o preço acessível são convidativos nesses dias de verão. Para chegar o transporte mais fácil é através do metrô, saltando na estação da Cinelândia o turista sai em frente ao bar.

Matéria: Débora Rolim

novembro 13, 2006

Charme do Rio Antigo no largo mais famoso da cidade

Posted in Bittencourt, Construções Históricas, Correio da Manhã, História, Largo do Boticário, Rio de Janeiro, RJ, Turismo às 6:39 pm por popturismo

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   Apesar de tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Largo do Boticário não exibe mais sua antiga beleza. Oito casas compõem o mais famoso largo do Rio de Janeiro, todas em estilo neocolonial, construídas com material retirado de demolições para a abertura da Avenida Presidente Vargas. Seu nome é uma homenagem ao Sargento Joaquim Luiz da Silva Souto, boticário da família real e antigo morador dos fundos da chácara que, no passado, era formada por todo o bairro do Cosme Velho.
   Como tantas outras partes históricas do Rio, o Largo está abandonado. Antigo reduto de grandes artistas e atração de muitos turistas, o atual estado de conservação de algumas casas é lamentável. Este fato é mais visível no principal imóvel localizado ali, a Casa Rosa. Antiga residência do jornalista Paulo Bittencourt, dono do já extinto Correio da Manhã. A mansão tem projeto arquitetônico de Lúcio Costa, jardim de Burle Marx, ligação direta com a Floresta da Tijuca, 1.100 metros quadrados de área construída, dois salões, quinze suítes, piscina, uma fonte do século XIX e até uma capela. Mais uma das belas residências históricas do Rio, a Casa Rosa foi invadida no dia 6 de julho por 104 integrantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL).
   A antiga residência tem como herdeira direta Sybil Bittencourt, única filha de Paulo Bittencourt, que entrou com uma ação na Justiça pedindo reintegração de posse, mas ainda estão vivendo no local pelo menos 11 famílias com pretensão de construir, com ajuda externa, um centro cultural no primeiro andar da mansão e continuar morando no andar superior. Com mais de cinco meses de ocupação e muitos planos para o futuro, os sem-teto fecharam a Casa Rosa para visitação, mas prometem abri-la a partir do verão cobrando uma pequena taxa de entrada e oferecendo o serviço de guia para uma trilha que começa na mansão.
   Apesar destes contratempos, o Largo do Boticário, localizado no Cosme Velho, ainda transmite uma atmosfera de Rio Antigo. Por ser tão perto do Corcovado, turistas estrangeiros e paulistas passam por ali depois de visitar o famoso Cristo Redentor, mas poucos cariocas o conhecem. A visitação aumenta com algumas exposições feitas no local, mas nada muito significativo. Mesmo sendo tão famoso, poucos o notam quando passam pela Rua Cosme Velho. Perto do Túnel Rebouças, esse beco sem saída nos leva a uma época na qual a cidade ainda era calma e silenciosa, sendo o único barulho o das águas do Rio Carioca.

Endereço: Rua Cosme Velho, 822 – Cosme Velho

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Matéria: Nathalia Bernardes
Fotos: Divulgação e Nathalia Bernardes

Um pouco de história no Parque Guinle

Posted in Entertainment, Entrada Franca, Rio de Janeiro, RJ, Turismo às 6:20 pm por popturismo

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   Considerado pelo RioTur como uma atração turística do Rio de Janeiro, o Parque Guinle, para a visitante Marilena, 29 anos, moradora do Cosme Velho, é mais um parque como outros existentes na cidade: “Não acho que o parque é um ponto turístico. É um tipo de parque encontrado em qualquer lugar do Rio”. Para ela seria uma atração turística se tivessem animais, um zoológico, como a Quinta da Boa Vista.
   Tombado pelo seu interesse paisagístico, histórico e cultural, o Parque Guinle, localizado em Laranjeiras, na rua Gago Coutinho, é cercado pelo primeiro conjunto de prédios residenciais construído para a elite carioca. Os edifícios projetado sobre pilotis por Lucio Costa na década de 50 e influenciado pela arquitetura moderna foi um prenúncio das superquadras de Brasília. O jardim projetado pelo paisagista francês Cochet, sendo, mais tarde modificado por Burle Marx, integrava a antiga propriedade de Eduardo Guinle. Hoje conhecido como Palácio das Laranjeiras, residência oficial da governadora do Estado.
   Situado no pequeno vale do morro Nova Cintra, o parque tem uma extensa área verde, com córregos e lagos artificiais. A primeira visão que se tem dele é a do portão de ferro sustentado por duas colunas e duas estatuas de leão alado. A paz, a tranqüilidade e a segurança do lugar são convidativas. O visitante encontra uma área para as crianças, com brinquedos, como balanço,  gangorra e cama elástica.

Endereço: Rua Gago Coutinho, 66 e Rua Paulo César de Andrade, 70 e 106 – Laranjeiras

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Matéria: Débora Rolim
Fotos: Divulgação e Nathalia Bernardes 

novembro 6, 2006

Paço Imperial – História quase esquecida

Posted in Construções Históricas, Cultura, Entrada Franca, História, Museus, Paço Imperial, Rio de Janeiro, Turismo às 5:29 pm por popturismo

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   Treze de Maio de 1888, abolição da escravidão no Brasil. Em uma das grandes salas do Palácio Imperial, na Praça XV de Novembro, a princesa Isabel assina e oficializa a Lei Áurea.
   Pouco mais de 112 anos após esse marco na história do Brasil, o local que deveria, por este e outros acontecimentos, ser um dos mais importantes pontos turísticos históricos é encontrado às moscas. Poucos conhecem um dos locais mais importantes da história do país. O palácio já foi residência de governadores e sede das capitanias do Rio de Janeiro, hoje se tornou um museu de grande importância no roteiro histórico do Rio de Janeiro.
   A poucos metros do Centro Cultural Banco do Brasil, que contrasta escandalosamente em relação a visitantes, o museu do Paço Imperial é visto como segunda alternativa nos passeios de vários turistas que, por acaso, visitam as suas exposições: “Sempre vou ao CCBB, às vezes quando me lembro dou uma passada aqui no Paço”, explica Patrícia Tavares, arquiteta visitante da exposição de Claudia Moreira sobre design.
   Para o porteiro Manoel Couto, de 48 anos, que trabalha há 12 anos no local, o que afasta os visitantes do museu é a falta de segurança, que acabaria quando começasse a revitalização do centro: “Essa revitalização traria segurança para nós, funcionários, e para os visitantes”, justifica o porteiro. Enquanto visitávamos o museu não foi vista uma só patrulha da polícia militar no local.
   O museu atualmente conta com cinco exposições, sendo duas permanentes, sobre a história do Paço e de Luiz Carlos Brugnera. As outras estão em fim de exposição e permanecem até 06 de novembro: Luciano Figueiredo – Do Jornal à Pintura, Nana Bernardes – O trabalho é seu, que conta com obras audiovisuais, e a da designer Claudia Moreira Salles.
   As obras, o ambiente, a localização, nada deixa a desejar a outros museus. Tendo exposições de artistas contemporâneos, entrada franca todos os dias e grande conteúdo histórico cultural, o Paço Imperial possui tudo para ser um local tão visitado como seu vizinho, o CCBB. Com um pouco mais de divulgação das exposições, um pouco mais de treinamento para os funcionários e alguns monitores-guias permanentes, o Paço pode se tornar um dos mais visitados.
   O museu ainda pré-agenda visitas para grupos escolares com guias (se houver exposição). Está aberto de terça a domingo, das 12h às 18h.

Endereço: Praça XV de Novembro, 48 – Centro – CEP 20010-010
Tel: (21) 2533 4491 /2533 7762 fax: 2533 4359
Site:
http://www.pacoimperial.com.br/

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Matéria: Osmar Galvão
Fotos: Laís Orsolon

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